Formulário de inscrição de emprego da IBM considerado racista gera revolta

A IBM foi repreendida por candidatos a emprego por usar rótulos raciais insensíveis em um formulário on-line, o que levou a gigante da tecnologia a pedir desculpas.

O estudante de ciência da computação da Universidade de Nova York, Alex Gao, disse que se sentiu ofendido por ter sido forçado a escolher entre categorias étnicas como “amarelo” e “mulato” ao se candidatar a um estágio de desenvolvedor de software nos EUA.

“Fiquei chocado porque o formulário de inscrição do estágio da IBM me pediu para escolher meu grupo étnico e porque uma das opções era ’amarelo’”, publicou Gao no Twitter, na semana passada, junto com uma foto do formulário, que incluía um menu de múltipla escolha em que os candidatos a emprego deveriam selecionar seu grupo étnico.

A International Business Machines removeu do formulário as perguntas criticadas por falta de sensibilidade racial. A companhia de 108 anos, que tem sede em Armonk, Nova York, tem tentado aumentar a diversidade nos últimos anos e anunciou na terça-feira que nomeou a almirante da reserva Michelle Howard, a primeira mulher afro-americana a comandar um navio da Marinha dos EUA, para seu conselho. Howard se tornou a segunda mulher afro-americana no conselho.

Em entrevista, Gao disse que ficou chocado ao ver a IBM usar esses termos étnicos desatualizados e ofensivos e que se chateou por ter sido forçado a escolher “amarelo”. “Sou estudante de pós-graduação, por isso estou no meio do processo de inscrição, e não vi esse linguajar em nenhum outro formulário”, disse Gao. “Fiquei realmente surpreso, especialmente por isso ter vindo da IBM, que em geral considero como uma grande empresa de tecnologia.”

Outro candidato, Rich Park, também expressou indignação com o formulário. “Esses rótulos étnicos não são um pouco antiquados? Para piorar, não consegui enviar minha inscrição sem selecionar alguma opção”, tuitou Park.

O porta-voz da IBM, Ed Barbini, disse que os sites de recrutamento da empresa solicitaram “de modo temporário e inadequado” informações sobre a etnia dos candidatos a emprego. A informação veio das classificações do governo local ainda usadas no Brasil e na África do Sul, disse ele. “Essas perguntas foram eliminadas imediatamente quando tomamos conhecimento do problema e nós pedimos desculpas”, disse Barbini. “Nós não usamos raça ou etnia no processo de contratação e quaisquer respostas que recebemos para essas perguntas serão apagadas.”

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